Vivendo bem, envelhecendo melhor: descobertas de 2023 sobre a geriatria 

Os estudos sobre a geriatria conduzidos neste ano, bem como os testes e pesquisas, nos levaram a melhores perspectivas para um futuro próximo nos campos do bem-estar, tecnologias e longevidade. Por isso, queremos dividir com você alguns materiais divulgados em 2023, que nos guiam para um envelhecimento com mais conforto, saúde e segurança.

Importância dos estudos sobre a geriatria

Pesquisas e análises realizadas – ou continuadas – este ano vêm sendo cruciais para o desenvolvimento de novas metodologias relacionadas ao trato com o idoso. Estas publicações sobre bem-estar na longevidade, termos que devem ser indissociáveis, são recentes estudos sobre a geriatria que merecem destaque em 2023. Vamos para alguns deles?

Neurociência e atualizações

Com um processo de envelhecimento cada vez mais ativo no Brasil e no mundo, novas descobertas são realizadas, e assim, conseguimos ter uma dimensão real de como os campos neurológicos são um dos fatores mais essenciais e exploráveis da geriatria. Veja agora algumas das atualizações de 2023.

Demências

De acordo com as perspectivas da OMS, até 2050, os casos de demências deverão atingir 139 milhões de pessoas globalmente. Pesquisadores de Coimbra, em Portugal, identificaram uma região específica do cérebro humano onde ocorrem as primeiras alterações causadas pelas demências; particularmente se falarmos do Alzheimer, que configura 70% das manifestações dessa doença.

O estudo citado foi conduzido a partir de marcadores visuais no estágio inicial do Alzheimer, utilizando diferentes técnicas: de imagem molecular, para entender quais são as áreas de inflamação cerebral e também de conhecer o funcionamento do órgão durante atividades voltadas à memória.

As conclusões chegadas com este estudo é que, embora não conheçamos – ainda – a cura para o Alzheimer, foi possível entender que os marcadores da doença são o ponto essencial para chegar aos pontos críticos do seu desenvolvimento. Assim, foi possível entender, de fato, o mapeamento e as diretrizes condutoras para chegar até ela a prometida cura do Alzheimer. Este é um dos principais exemplos de como os estudos sobre a geriatria vêm sendo essenciais para a população mundial.

Tratamento

O pesquisador Mychael Lourenço, que leciona atualmente na UFRJ, vem estudando há anos a Irisina, nome dado a um hormônio que pode ser a chave necessária para conduzir tratamentos mais eficientes contra o Alzheimer. 

Essa substância, que é liberada pelos músculos para todo o organismo durante a prática de exercícios físicos, reduz a ação de enzimas que causam a doença. Através da canalização das reações químicas no cérebro, essas proteínas ajudam a melhorar a comunicação entre os neurônios, diminuindo os momentos de crises e descontroles causados pelo Alzheimer.

Parkinson e novas terapias

Estudo da USP divulgado em junho deste ano mostrou que uma célula do nosso sistema nervoso central, a micróglia, ajuda a combater a perda de neurônios, diminuindo, assim, alguns dos sintomas do Parkinson.

Para isto, realizaram testagens em camundongos, que receberam 6-hidroxidopamina, toxina que induz sintomas da doença. Antes disso, metade dos animais tiveram suas micróglias basicamente eliminadas por uma substância chamada PLX5622. 

O grupo de camundongos que manteve as células citadas demonstrou perdas menos significativas de neurônios e dos movimentos corporais em comparação com o grupo que recebeu a PLX5622.

Ou seja, encontramos nas micróglias um possível alvo ideal para o tratamento desta doença no futuro. O momento agora é continuar os estudos e desenvolver novos testes, e assim, poder oferecer à população resultados ainda melhores.

Cardiogeriatria em pauta

Uma nova recomendação da Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA, informa que idosos sem problemas vasculares não devem tomar ácido acetilsalicílico como prevenção a ataques cardíacos. 

“Podemos ser muito enfáticos ao dizer que pessoas saudáveis que não tomam aspirina e não têm múltiplos fatores de risco não deveriam começar agora. Quanto mais tempo você toma aspirina e quanto mais fatores de risco você tem para ataques cardíacos e derrames, mais obscuro fica”, afirmou Randall Stafford, professor de medicina e epidemiologista da Universidade de Stanford.

Para conduzir o estudo, reuniram 19 mil participantes saudáveis com mais de 70 anos, todos eles livres de doenças cardiovasculares sintomáticas. Assim, foram obtidos resultados seguros e conclusivos sobre o uso da Aspirina em idosos sem patologias comprovadas, fomentando novas perspectivas para estudos sobre a geriatria.

Congresso Europeu de Cardiologia

O evento anual, que aconteceu em agosto de 2023 em Amsterdã, abordou a insuficiência cardíaca como ponto central do congresso. Complicações como doenças arteriais, condições valvulares, arritmias e morte súbita foram debatidos ao longo do evento, que contou com especialistas de todo o mundo.

O uso da medicação Quest (Qiliqiangxin),composta de 11 diferentes ervas chinesas, foi uma das discussões do evento, que debateu se a sua utilização seria restrita à população da China ou para todos os países, uma vez que os testes foram realizados apenas lá.

A medicação preveniu, durante a fase de estudos, a reinternação por fatores cardíacos em grande parte dos pacientes testados, bem como a quantidade de óbitos em casos graves de doenças cardiovasculares, ao todo 20%. 

Embora não haja uma conclusão sobre essa liberação, as perspectivas são animadoras e os estudos e testes serão mantidos – e possivelmente expandidos em um futuro muito próximo. Essa promessa é um grande marco para a medicina mundial.

Estudos sobre a geriatria em 2023

Como você pôde acompanhar ao longo do artigo, este ano tem sido bastante motivador para as descobertas científicas, inovações terapêuticas e estudos sobre a geriatria de maneira geral. Nosso principal objetivo é levar adiante, em 2024, novas experimentações e a continuação de exames ainda inconclusivos neste ano.