Saúde mental do idoso: boas conversas podem ajudar.

A saúde mental do idoso ainda é um tema tabu, mas que tem sido discutido mais abertamente nos últimos anos. Embora os dados recolhidos não sejam o suficiente para entendermos a fundo o cenário atual, algumas pesquisas vêm nos ajudando a ter uma melhor perspectiva de como melhorar o quadro geral e proporcionar uma terceira idade mais plena para a pessoa idosa no Brasil.

De acordo com a pesquisa de saúde do IBGE, em 2019, cerca de 13% das pessoas entre 60 e 64 anos no Brasil lidam com a depressão. Ao redor do mundo, em média, 264 milhões de idosos de todas as idades enfrentam esse desafio.

De acordo com a pesquisa de saúde do IBGE, em 2019, cerca de 13% das pessoas entre 60 e 64 anos no Brasil lidam com a depressão. Ao redor do mundo, em média, 264 milhões de idosos de todas as idades enfrentam esse desafio.

O artigo “Transtornos psiquiátricos em idosos: uma revisão integrativa da literatura”, publicado no Brazilian Journal, apontou que entre 4,7% e 36,8% da população idosa sofre com depressão. O material ainda mostrou que 6,6% da mesma faixa possui incapacidades devido a esse distúrbio, que afeta mais o público feminino do que o masculino.

A OMS relatou que mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com demências, sendo que entre as mulheres este número é de 8,1% e no caso dos homens é 5,4%. A estimativa é que, até 2030, cheguemos a 78 milhões de pessoas nessa condição. 

Escuta ativa x saúde mental do idoso

A escuta ativa e a passiva representam diferentes formas de envolvimento durante uma conversa. Na escuta ativa, o ouvinte está totalmente presente e engajado, demonstrando interesse genuíno pelo que está sendo dito pela pessoa idosa. Isso envolve fazer perguntas reflexivas, validar sentimentos e oferecer apoio emocional. 

Por outro lado, na escuta passiva, o ouvinte pode parecer menos envolvido, respondendo de forma superficial ou apenas com respostas curtas, sem realmente se aprofundar nas preocupações ou sentimentos abordados.

A escuta ativa pode ser especialmente benéfica, pois permite que a pessoa idosa sinta-se valorizada, compreendida e apoiada. Isso pode ajudar a reduzir o estigma em torno das questões de saúde mental e encorajá-los a buscar ajuda quando necessário, além de estabelecer uma conexão profunda e significativa com o indivíduo, criando um ambiente seguro e acolhedor para que ele expresse livremente seus pensamentos, sentimentos e preocupações. 

Benefícios

Essa abordagem representa uma ferramenta fundamental para o bem-estar mental, promovendo diversas melhorias que impactam positivamente na sua qualidade de vida.

Redução do estresse, ansiedade e solidão

Ao sentirem-se ouvidos e compreendidos, as pessoas idosas experimentam uma diminuição do estresse e da ansiedade, combatendo o sentimento de solidão e isolamento social.

Melhora do humor e da autoestima

A escuta ativa contribui para o aumento da autoestima e do humor da pessoa na terceira idade, uma vez que a valida como indivíduo e reconhece suas experiências.

Fortalecimento dos laços familiares

Essas conversas também promovem uma comunicação mais aberta e honesta entre familiares, fortalecendo os laços afetivos e construindo um ambiente mais harmonioso.

Identificação precoce de problemas de saúde mental

Através da escuta ativa, é possível identificar sinais de alerta precoce de problemas de saúde mental, como depressão, demência ou transtornos de ansiedade, permitindo um diagnóstico e tratamento mais eficazes.

Autonomia e empoderamento

Valorizar a autonomia do idoso, dando-lhe voz e o empoderando para tomar decisões sobre sua vida sempre que possível, é uma ação fundamental e que pode acontecer com mais facilidade através da escuta ativa.

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Atividades de lazer e entretenimento

Para promover o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos, é fundamental estimular seus hobbies e interesses. Isso pode ser feito através de conversas para identificar atividades que já gostavam no passado ou que desejam experimentar. 

  • Desde a leitura até a música, passando por jogos, pintura, dança, jardinagem, culinária, artesanato e até mesmo o voluntariado, há uma variedade de opções para explorar.
  • Além disso, organizar passeios e eventos pode ser uma ótima maneira de proporcionar novas experiências aos idosos. Levá-los a museus, parques, teatros, cinemas, shows, eventos culturais e até mesmo oferecer aulas ou grupos de interesse específico pode enriquecer suas vidas e promover momentos de alegria e interação social.
  • Falando nessa interatividade, incentivar a participação em grupos de pessoas idosas, clubes da terceira idade, oficinas e atividades em centros comunitários pode ser benéfico para manter conexões sociais e combater a solidão.
  • Além disso, não podemos ignorar o potencial da tecnologia. Auxiliar os idosos no uso de tablets, smartphones e internet pode abrir um mundo de possibilidades para eles, permitindo que se conectem com amigos e familiares, acessem informações, participem de jogos online e muito mais, ampliando suas experiências e mantendo-os atualizados com o mundo ao seu redor.

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Boas conversas

  • Ambiente acolhedor e seguro: demonstramos empatia, atenção e respeito, criando um espaço onde a pessoa idosa sinta-se à vontade para expressar-se livremente.
  • Escuta ativa: ouvimos com atenção tudo o que ele tem a dizer, sem julgamentos ou interrupções.
  • Perguntas abertas: estimulamos a pessoa idosa a falar sobre suas experiências, sentimentos, pensamentos e preocupações.
  • Emoções: reconhecemos e validamos os sentimentos demonstrados.
  • Evitamos conselhos não solicitados: ao invés de dar conselhos, oferecemos apoio e sugestões de forma respeitosa.
  • Buscar ajuda: você também pode contar com um profissional de saúde como um psicólogo/ terapeuta, que pode ajudar nesse processo.

Conclusão

Cada idoso é único, com suas próprias necessidades e preferências, portanto, é importante adaptar as atividades e conversas à personalidade e à história de vida de cada um. 

Por mais que saibamos que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física, é importante lembrarmos de cuidar dela com cuidado, contribuindo para o bem-estar geral e a qualidade de vida da pessoa idosa. Mesmo sem ser um profissional de saúde mental, é possível ajudar demonstrando carinho, dando atenção e tratando-a com respeito. 

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