Neste texto sobre cuidados paliativos em casa eu quero começar com uma pergunta: o que é viver bem, para você? Concorda que viver bem é ter qualidade de vida, conforto, paz, segurança, proteção e estarmos na companhia de quem amamos?
Digo isso, pois o conceito de cuidados paliativos deve começar com essa perspectiva: como posso garantir que a vida seja plena até o último instante? Essa é a pergunta principal.
E é ela que eu quero responder neste artigo. Vem comigo.
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Por que optar por cuidados paliativos em casa?
O processo de despedida de uma pessoa amada não é simples. É preciso muita maturidade emocional e paz interior para garantir que estes momentos sejam leves, repletos de amor e de ternura.
Afinal de contas, não estamos aqui pintando um quadro fictício. As pessoas que precisam de cuidados paliativos normalmente sofrem de doenças que causam perturbações como: vômitos, surtos diversos, sangramentos, alucinações, entre tantos outros.
Entretanto, mesmo com todos os desafios, e eles existirão, ainda é possível garantir que essa despedida seja feita de maneira humanizada.
Neste sentido, os cuidados paliativos em casa podem trazer aconchego.
A OMS e a Associação Médica Brasileira reconhecem os cuidados paliativos
Outro ponto que é preciso deixar bem claro: os cuidados paliativos não são somente “palpites” em busca de conforto e bem-estar. Na realidade, essa modalidade de cuidados tem a chancela da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da AMB (Associação Médica Brasileira), como uma modalidade de cuidados capaz de transformar as vidas de diversas pessoas.
Estudos publicados pela OMS também apontam que os cuidados paliativos tornam o processo de luto muito menos dramático e diminuem também os casos de traumas (quando a morte de um ente-querido traz sequelas que podem durar a vida toda dos cuidadores).
Ou seja, é um processo benéfico para todos os envolvidos neste momento tão complexo.
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Quais são os principais cuidados paliativos que podem ser realizados em casa?
Agora que conversamos brevemente sobre a parte conceitual dos cuidados, quero trazer para você algumas informações práticas. O que você pode fazer para tornar o dia a dia do paciente melhor?
Os 6 cuidados paliativos para se fazer em casa que mais trazem resultados, são:
- Acompanhamento psicológico
- Elaboração de artes ou testamento
- Normalização sobre as medicações (em especial a morfina)
- Atenção aos desejos e pedidos
- Conversar (o melhor tratamento de todos).
Vejamos cada um deles em detalhes.
Acompanhamento psicológico
O ideal é que durante o período de cuidados paliativos em casa, esse acompanhamento seja feito por um profissional da área. Vale lembrar que o objetivo deste acompanhamento é garantir que todos os presentes possam expressar seus sentimentos. Para evitar mágoas.
Ajuda na criação de arte ou do testamento
O portal da Associação de Médicos do Brasil também aponta que elaborar testamentos pode trazer mais paz para a pessoa que está passando por um tratamento paliativo.
Tem mais, ajudar essa pessoa com expressões artísticas (como pintar um quadro, compor uma música, escrever um livro, etc) são ótimas alternativas para trazer serenidade e ajudam a ressignificar o tratamento.
Normalização das medicações (em especial a morfina)
Novamente, tenho que reforçar que meu artigo não tem o objetivo de esconder o lado triste também deste processo: as medicações causam efeitos colaterais e a morfina, em especial, tem muito tabu em torno dela.
Nessa hora, é importante que todos os envolvidos entendam que cada remédio tem um papel fundamental na manutenção da vida. Sendo assim, esse processo tem que ser normalizado, para que o paciente não sinta o peso extra a cada vez que precisar tomar um remédio.
Atenção aos pedidos e desejos
A OMS aponta que cuidar dos desejos de uma pessoa que passa pelo tratamento paliativo gera sensações de conforto, confiança, carinho e bem-estar em todos. Por isso, é importante se envolver neste momento e garantir que o que possa ser feito, será feito.
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Conversar (o melhor tratamento)
Há inúmeros relatos de filhos que passaram horas conversando com os seus pais, mesmo que estes já estivessem em coma induzido, ou sob efeito de medicações. O simples ato de falar ajuda o cérebro a compreender o que está acontecendo.
Nós reconhecemos o mundo por meio da fala, seja uma fala verbalizada, ou uma fala em gestos, mas é ela quem dá sentido para a nossas vidas.
Então, converse, expresse seus sentimentos, ouça o que a pessoa sob os cuidados tem a dizer.
Espero que este artigo tenha apontado um norte.
Quero reforçar que a minha equipe está disponível para te ajudar em diversos momentos e você não precisa passar por tudo isso sozinho(a).
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Agradeço a leitura. E que você possa encontrar conforto nesses momentos desafiadores.